Exposição inédita na Japan House São Paulo explora a cultura e as características do Japão a partir dos brinquedos

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Serão mais de cem peças que traçam um panorama do brincar no Japão. A mostra traz ainda um espaço dedicado à experimentação e interação com os brinquedos
Tamagotchi
Créditos: Wagner Romano

Abrindo a programação do segundo semestre, a Japan House São Paulo apresenta a exposição “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses” que explora a cultura e as características do Japão a partir dos brinquedos, de 27 de junho a 12 de novembro, com entrada gratuita. Ocupando o segundo andar da instituição, a mostra traz uma seleção de 126 itens, incluindo alguns que surgiram há meio século e que mantém sua popularidade; brinquedos desenvolvidos a partir de uma perspectiva que destaca a segurança e praticidade; jogos e personagens originários do Japão e que conquistaram o mundo, entre outros, além de uma linha do tempo que narra a história do brinquedo a partir do período pós-guerra do Japão. “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses” conta com o apoio da revista “ToyJournal”, publicada pela Associação Cooperativa de Brinquedos e Bonecas de Tóquio.

Assim como outros elementos, os brinquedos vão além de simples objetos, auxiliam as crianças no desenvolvimento da imaginação e habilidade social por meio da noção de compartilhamento e cooperação; evoluem constantemente, refletindo a cultura e os estilos de vida da sociedade. Fabricantes se inspiram na vida cotidiana para ajudar crianças a entender e se relacionar com o ambiente. Nesta exposição, os visitantes terão a oportunidade de observar como os brinquedos do Japão refletem o contexto histórico e o estilo de vida japonês, descobrindo assim as diferenças e semelhanças entre os brinquedos japoneses e brasileiros, além de experimentarem alguns aspectos sobre o país nipônico introduzidos na forma do brincar.
Hoippuru
Créditos: Wagner Romano
Dada a relevância mundial da indústria japonesa de brinquedos, a exposição foca também nos brinquedos originados no Japão e são conhecidos em todo o mundo. Inclusive, a mostra reserva algumas surpresas aos visitantes, que poderão reconhecer personagens e jogos que já fazem parte da infância brasileira, mas têm origem nipônica. Entre esses exemplos estão o jogo “Pula Pirata” (lançado em 1975 que vendeu mais de 15 milhões de unidades em 47 países); a lousa de desenho magnética “Lousa Mágica” (1977, conhecida como Sensei no Japão, em uma analogia aos professores); e as casas de bonecas em miniaturas da “Sylvannian Families”. Lançada em 1985, a franquia está presente em mais de 70 países e conta com um parque e um restaurante temáticos no Japão.

Para que os visitantes possam interagir e experienciar alguns dos brinquedos, a exposição reserva um ambiente especial para esta vivência. “Brincar é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social das crianças. Os brinquedos estimulam a imaginação, melhoram as capacidades cognitivas e motoras, ensinam a importância de compartilhar, de cooperar e de se comunicar. Nesta exposição, os visitantes em geral e, especialmente, as crianças poderão aprender algumas características da cultura nipônica e sair dessa experiência mais conectadas com seus pares japoneses, já que terão a oportunidade de reconhecer diferenças e semelhanças nos brinquedos das duas culturas.”, explica a curadora e diretora cultural da Japan House São Paulo, Natasha Barzaghi Geenen.
Othello - TM&© Othello,Co. and MegaHouse
Créditos: Wagner Romano

Dentre os destaques estão os clássicos bonecos do “Ultraman” – série de sucesso dos anos 1970 e 1980, considerada uma das mais representativas do Japão e segue sendo transmitida na TV desde 1966; versões atuais dos bichinhos virtuais “Tamagotchi” (1996), inclusive algumas mais recentes com design que lembra os smartwatches; e kits da personagem Hello Kitty (1974). A mostra traz também alguns itens tradicionais que fazem parte do acervo do Consulado Geral do Japão em São Paulo, como o kendama (bilboquê), beigoma (pião) e o taketombo (hélice voadora).

“A palavra dōshin remete ao coração infantil e nossa ideia é despertar justamente o sentimento de identificação e empatia por meio dos brinquedos que fizeram sucesso pelo mundo, mas ainda trazer referências do cotidiano japonês em alguns dos modelos que só são encontrados e vendidos no Japão. Esse tipo de reconhecimento do “outro” e seus costumes é essencial para a criação de empatia, tanto no universo dos adultos quanto das crianças.”, comenta a curadora.

Dentre os brinquedos também estão exemplares dos piões “Beyblade” (lançado em 1999, as vendas ultrapassaram a marca dos 500 milhões de unidades, impulsionadas pelo sucesso do anime homônimo); versões de “Aquabeads” (miçangas coloridas que se juntam a partir do contato com água, lançada em 2004) e “Pacherie” (kit para a criação de bolsas, lançado em 2018), que incentivam brincadeiras ao estilo “faça você mesmo”; os robôs de ação “Shinkalion” (2015) da série de anime Shinkansen Henkei Robo Shinkalion e “Robô Gigante Don Onitaijin” da série Super Sentai/Power Rangers (1975); as bonecas clássicas japonesas “Licca-chan” (1967; que possui uma forte presença no mercado nipônico) e “Mell-chan” (uma versão bebê lançada 1992); as bonecas representando as personagens do anime “Pretty Cure” (2004); entre outros brinquedos que são sucesso de vendas no Japão.
Boneca Licca-chan
Créditos: Wagner Romano
Além disso, a exposição conta também com algumas tendências recentes do mercado japonês. É o caso dos quebra-cabeças e jogos analógicos, que se tornaram mais populares como passatempos para se divertir em casa por conta da pandemia. São exemplos os “Nanobloks”, lançados em 2008, cujos kits contam com pequeninas peças usadas para montar, como o modelo que reproduz o Castelo de Himeji (primeiro do Japão a se tornar Patrimônio Mundial) e o Castelo de Shuri, localizado na província de Okinawa; o “Metallic Nano Puzzle” (2011), uma placa de aço de 0,2 mm de espessura, finamente processada por gravação e laser que pode ser dobrada e encaixada para montar uma peça repleta de detalhes; e o “Crystal Puzzle” quebra-cabeça tridimensional feito com contas transparentes e brilhantes que formam personagens como Totoro, da animação do estúdio Ghibli “Meu Vizinho Totoro” (1988), e os irmãos Doraemon e Dorami, do desenho “Doraemon”( 1973).

Para aprofundar o tema da exposição, a JHSP oferecerá em sua programação paralela uma extensa série de eventos voltados para as crianças durante todo o período expositivo. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses” conta com recursos táteis, audiodescrição e Libras.

No Japão, o Dia das Crianças é comemorado no dia 5 de maio, diferente do Brasil, que adotou o dia 12 de outubro. Tradicionalmente nesta data, os japoneses hasteiam o koinobori (flâmulas em formato de carpas) como um pedido para que as crianças cresçam saudáveis e sejam felizes. Tendo como inspiração esse costume e a chegada das férias escolares em julho, a instituição realizará um workshop de produção de koinobori, além de promover experiências com o jogo igo (onde os jogadores alternam em rodadas, colocando pedras pretas e brancas, competindo o tamanho do território conquistado). A programação paralela desta exposição conta com a colaboração das empresas japonesas Epoch, Hasbro e Pilot Pen do Brasil. Todos os detalhes serão disponibilizados no site e redes sociais da Japan House São Paulo.

Serviço:
Exposição “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses”
Apoio: “ToyJournal”, revista publicada pela Associação Cooperativa de Brinquedos e Bonecas de Tóquio
Curadoria: Natasha Barzaghi Geenen e Gabriela Bacelar
Período: 27 de junho a 12 de novembro de 2023
Local: Japan House São Paulo, 2º andar - Avenida Paulista, 52, São Paulo/SP
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais): https://agendamento.japanhousesp.com.br/
Pula Pirata
Créditos: Wagner Romano
Sobre a Japan House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard - certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

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