O burnout no trabalho
09:40:00Efeitos do burnout em profissionais e como se reconectar com a vida profissional de maneira saudável
*Daniele Costa
A síndrome do Super-homem ou da Mulher Maravilha. É assim que enxergo o Burnout. Trata-se de um transtorno que acomete a maioria das pessoas que tem um nível de exigência e perfeição acima da média.
As características mais comuns encontradas em quem sofre essa síndrome são: ter de provar o seu valor o tempo todo, dificuldade em se desligar do trabalho, dificuldades em relaxar e ter momentos de prazer e lazer, dificuldades em socializar, constante insatisfação consigo e com os outros (nunca está bom o bastante), fuga de problemas pessoais e situações mal resolvidas na vida, dificuldades em alinhar vida profissional e pessoal, mudanças repentinas de comportamento, humor inconstante, dificuldades em dizer não e assumir responsabilidades além do que cabe à pessoa, entrando muitas vezes em situações abusivas.
E assim, vivenciando esse ciclo, a pessoa chega em uma estafa física e mental, levando muitas vezes a realizar as coisas de forma automática, perdendo o prazer e conexão com a própria vida.
Se identificou? Muitas pessoas têm vivido algumas dessas situações, principalmente por conta da pandemia, uma vez que o olhar para a vida profissional exigiu ainda mais responsabilidade e organização com a migração para o home office, onde a vida pessoal está ali comandando também.
Para as mulheres, então, em que, neste período, dar conta de tudo é quase adjetivo, a síndrome fica ali à borda.
Para evitar o desgaste extremo, é muito importante ter momentos de conexão consigo mesmo, tirar alguns minutos para olhar para si, seja por meio de uma atividade física, meditação, yoga, alimentação saudável, terapias ou conexão espiritual. O simplesmente parar e relaxar, ainda que seja difícil, já leva a outro espaço de conexão, reorganização mental, priorização de valores que fazem sentido.
Esse comprometimento com o corpo, mente e espírito deve ser diário e leva à desconexão dessa matrix de trabalho e corporativa, que muitas vezes cria dissociação da realidade e da vida.
É muito importante também que práticas de bem-estar sejam adotadas pelo próprio ambiente corporativo a fim de evitar que a síndrome de burnout acometa os colaboradores.
Por mais que exista a autorresponsabilidade, acredito ser importante a cooperação da empresa a fim de evitar o aumento de absenteísmo e alta rotatividade, mantendo assim os níveis de produtividade e satisfação.
Para quem sofre da síndrome, o mais importante é mudar as lentes, começar a se colocar em primeiro lugar, percebendo e acolhendo as imperfeições. Além disso, criar um novo mindset de que está tudo bem não dar conta de tudo e não ser o melhor em tudo, revisitando as definições de sucesso que tem para si.
A proposta é destruir modelos e padrões que levam a pilotos automáticos exaustivos e irreais, abrindo espaços para novas possibilidades de vida que nem haviam sido cogitadas por conta da procrastinação da própria vida, em se deixar para depois.
Identificando as crenças e o que vem causando as emoções negativas e estresse, de forma a trabalhar e mudar o que não está contribuindo para uma vida mais plena e realizada.
Nem sempre será possível realizar essas mudanças sozinho, então recomendo a ajuda profissional de psicólogos, terapeutas, psiquiatras, coaching ou mentoring a fim de criar esse novo mindset e estilo de vida mais saudável.
A especialista em gestão de pessoas é mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento integral humano. Também é idealizadora da Plataforma da Vida, um portal de conteúdo e serviços voltados para autoconhecimento e gestão emocional. Formada em letras, passou pelo serviço público de Brasília e atuou 13 anos como bancária, nove deles como gestora.
Durante os anos de banco, coordenou trabalhos que exigiam empatia e a presença do outro, o que a fez expandir características como a facilidade com a escrita e o interesse em relacionamento humano. Ainda em seus anos corporativos, se aprofundou na área de gestão de pessoas com cursos dentro e fora do país, conhecendo a ferramenta Access Consciousness, entre outras.
Além do portal, Daniele também criou o coletivo Brasilinas, que em um ano de existência desenvolveu, entre outras ações, a capacitação profissional de diversas mulheres em situação de vulnerabilidade social, trabalhando também a autoestima e incentivando a independência dessas mulheres.
Para saber mais, acesse: https://plataformadavida.com/ e Instagram: @plataformada.vida e @dani.costa.oficial
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